domingo, 5 de junho de 2011

A educação física transformando a vida de crianças da favela.

Educador físico prega projeto pedagógico ligado ao esporte.


Para além de apenas tirar as crianças e adolescentes da rua, o educador físico Leopoldo Katsuki Hirama propõe um tratamento pedagógico ao esporte praticado por pessoas sob coordenação de ONGs e entidades sociais, para que seja contemplado um desenvolvimento integral deste público. Segundo Hirama, é importante que se conheça a realidade das crianças e adolescentes para que os projetos sigam na mesma linha e não seja algo isolado dentro do contexto.
Tornou-se recorrente dizer que o esporte tira as crianças da rua. Com isso, o que observamos são iniciativas que encaram o esporte apenas como recreação ou como atração para outras atividades. Não há um projeto pedagógico ou elementos que caracterizem continuidade. É claro que estes aspectos são importantes, mas o esporte pode ser um fenômeno capaz de oferecer muito mais”, destaca.
O estudo de Hirama, orientado pelo professor Paulo Cesar Montagner e apresentado na Faculdade de Educação Física (FEF), concentrou-se na favela de Heliópolis, na capital paulista, que possui mais de 120 mil habitantes em um quilômetro quadrado. Trata-se de uma das regiões com maior densidade demográfica do Estado de São Paulo e lá, segundo o educador físico, constam vários projetos sociais nas mais variadas categorias.
Para a sua pesquisa, Hirama mudou-se para a favela e permaneceu três anos no local. O próprio educador treinou 30 adolescentes entre meninos e meninas, na modalidade voleibol, que não poderiam mais participar das atividades da entidade por conta de terem completado 14 anos. “Os alunos reivindicaram a conti­nuidade dos treinamentos e também a participação em campeonatos regionais. Eles defendiam não só a continuidade, mas um aprofundamento na dinâmica de abordagem do esporte”, afirma.
Durante dois anos, a equipe competiu e obteve poucas vitórias. Mas, segundo Hirama, os relatos eram de que os atletas aprendiam mais com as derrotas do que com as vitórias. “Ficou claro a importância da continuidade nas atividades, pois além da participação em competições, muitos ajudavam em outros projetos como monitores”, revelou. Para complementar o estudo, Hirama também entrevistou um grupo de moradores que tiveram envolvimento com o projeto sócio-educativo.
Ele colheu depoimentos de pais, educadores e dos atletas para reafirmar a sua tese de que a realidade em que a criança e adolescente está inserida é um fator fundamental para o desenvolvimento das atividades esportivas. “Para implementar uma proposta esportiva é necessário compreender a realidade e traçar o panorama da comunidade”, esclarece. O estudo de caso de Heliópolis, segundo Hirama, orienta para reflexões sobre estruturas de projetos sociais para áreas periféricas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Influencia da tecnologia na atividade fisica

A tecnologia tem avançando numa velocidade assombrosa nas últimas décadas. Este avanço nos permitiu viver uma vida de extremo conforto, mas com poucas horas dedicadas a prática de atividade física e lazer.
Este quadro, quando associado ao estresse e hábitos alimentares inadequados, provoca uma séria ameaça ao nosso estado de saúde, bem estar e qualidade de vida.
Estudos recentes confirmaram definitivamente que a inatividade física é um fator de risco dominante para o aparecimento de uma série de doenças, estando no mesmo nível ou acima de fatores como o fumo, obesidade, pressão arterial e colesterol elevados.
A qualidade de vida envolve abordagens multifatoriais mas, no âmbito da atividade física, ela está diretamente ligada com a saúde, combate ao estresse e com a habilidade de executar atividades do dia a dia e horas de lazer com mais conforto, prazer, segurança e menor risco de lesões.
Um programa de exercícios voltado para melhora da qualidade de vida não deve enfocar apenas a prática de atividades físicas, mas incentivar a mudança do estilo de vida de seus participantes quanto aos hábitos alimentares e valorização das horas de lazer. Os benefícios fisiológicos e psicológicos do programa auxiliarão também seus participantes a alcançar um balanço físico e mental ideal para o desempenho das atividades sociais e de trabalho.
Quando a atividade física fizer parte integral do nossos hábitos de vida, tivermos um nível de aptidão para realizar as atividades que quisermos sem esforço exagerado, nossa alimentação for um prazer para saúde (maior que uma obsessão diária no seu controle) e formos capazes de dominar o estresse sem ser dominado por ele, teremos com certeza melhorado nossa qualidade de vida .

quarta-feira, 11 de maio de 2011



 Nada pior para um corredor do que ter de enfrentar as temíveis lesões musculares. Das mais leves às mais graves, todas são capazes de tirar o ânimo dos atletas, sejam eles amadores ou profissionais. O conforto, no entanto, é que elas são curáveis – algumas até que são bem passageiras – e ainda há como preveni-las. Para isso, cuidados com a alimentação e com a hidratação, além de um planejamento de treino e a prática dos alongamentos, são
algumas medidas que podem evitar esse tormento.

- Para se precaver de uma lesão muscular, o corredor não deve exceder a capacidade fisiológica do músculo e precisa realizar um determinado exercício para o qual esteja apto. Cada atleta deve ter o seu treinamento individualizado. Alongamento, fortalecimento e ganho muscular também são fundamentais para essa prevenção – afirma o médico do esporte Marcos Henrique Ferreira, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME).
Se o alongamento deve ser feito antes ou depois do exercício ainda é um ponto controverso. Segundo Marcos, a musculatura deve estar alongada antes da atividade, mas os movimentos devem ser leves, apenas para elevar a temperatura corporal e fazer com que o músculo não esteja contraído na hora da corrida. Depois é que devem ser feitos os alongamentos mais intensos para que não haja uma contratura muscular.
Categorias de lesões musculares
Segundo o médico, as lesões são divididas em três categorias: leve, moderada e grave. Na primeira delas, a função do músculo não é muito afetada, e o indivíduo pode levar até 10 dias para se recuperar. Já na moderada existe a formação de um hematoma e o comprometimento parcial da região. Nesta situação, o tempo de tratamento gira em torno de três a quatro semanas. No caso de maior gravidade, a região é bastante afetada, e a recuperação pode chegar a dez semanas.



- Didaticamente falando, as lesões musculares podem ser divididas em funcionais, como as cãibras, por exemplo, e as anatômicas, como as contusões, que sofrem uma ação do exterior ou um trauma direto no músculo, formando assim um edema. Entre as anatômicas, há também as rupturas musculares, que ocorrem geralmente sem que ocorra uma pancada. Por exemplo, quando o atleta interrompe bruscamente o movimento, causando a contração muscular excêntrica.
As precauções tomadas pelos atletas não devem se limitar aos cuidados com treinamentos e alongamentos. De acordo com diversos especialistas, as lesões podem ser evitadas com uma boa alimentação. De acordo com a nutricionista Cristiane Perroni, é importante ter, além do fortalecimento muscular, uma dieta equilibrada, aliada ao uso de suplementos de produtos à base de proteínas do leite, como o Whey Protein.
- Como os aminoácidos fazem a regeneração celular, alimentos como carne, frango, queijo, leite são fontes protéicas que ajudam na prevenção de lesões. O Whey Protein, por exemplo, é um bom complemento, mas não deve substituir o alimento. O ideal é ingerir 25 gramas desse produto até duas horas após a atividade física, quando o corpo vai absorver melhor. Além disso, o Whey Protein é bom, porque tem baixo valor calórico, cerca de 100 calorias.
Apesar de ser importante, a ingestão de proteínas deve se limitar a cerca de 20%, enquanto os carboidratos devem predominar em 50% da dieta diária do corredor, afirma a nutricionista. Além disso, o cuidado com a hidratação também deve receber uma atenção especial.








Educação Física e Virtudes Morais.

terça-feira, 5 de abril de 2011

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR É OBRIGATÓRIA?

Em primeiro lugar, a Educação Física escolar não tem o objetivo de revelar valores para o esporte rendimento, e sim o de desenvolver o lado afetivo, cognitivo, social, além da coordenação dos movimentos básicos através de atividades motoras lúdicas e prazerosas. Claro, dentro de um contexto maior isso lá na frente pode até resultar em esporte rendimento e, medalhas.
Em segundo lugar, a Educação Física no Ensino Infantil, Fundamental e Médio ainda é obrigatória de acordo com as Diretrizes do (CNE) Conselho Nacional de Educação, órgão competente para emitir as bases curriculares da Educação.
Não se sabe bem porque tem-se "difundido por aí" que não é obrigatória, que a escola pode optar em oferecer informática ou atividades esportiva fora do horário curricular e etc. As Diretrizes do CNE e a lei 9394 não traduzem isso. A Educação Física, a Artística e a Religiosa são obrigatórias assim como as outras matérias de português, matemática, língua materna para o caso das populações indígenas e migrantes, história, geografia e etc.
Outro fato que muita gente boa desconhece, ou finge não saber, é com relação à dispensa de Educação Física. Atestado médico isenta as atividades motoras não a presença do aluno na aula, a menos que o caso seja de doença com afastamento da escola.
Ainda de acordo com a lei 9394, substituindo a 5692, as escolas não têm amparo legal para dispensar da Educação Física quem freqüenta academia, esporte rendimento ou até mesmo serviço militar obrigatório por uma questão de lógica: os fundamentos são diferentes. Só estão isentos os alunos de curso noturno e superior, na minha opinião não deveriam pois precisam de atividade física para aliviar o estresse de trabalhar e estudar adquirindo males posturais.
A Educação Física escolar deve ser capaz de despertar o gosto do aluno para um desporto tornando-se um hábito salutar para a vida toda. Para isso ocorrer, o profissional não pode simplesmente "só" ensinar futebol, "só" basquete ou "só" o que ele próprio gosta de fazer. O graduado em licenciatura plena é bastante capaz de ensinar todas as modalidades para o objetivo proposto, pois a grade curricular da maioria das Universidades fornecem essa base.
Vale lembrar que se essa onda "pega", na minha opinião, o maior interessado em brigar por isso, além dos responsáveis pelos alunos, são os próprios profissionais na defesa da profissão e do seu espaço de trabalho, ou não? Quem vai levar o leite das crianças para casa?
Um pouco da história - Na Grécia - Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu a Educação Física foi a grega através da sua cultura. Nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles, e Hipócrates contribuíram e muito para a Educação Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma através das atividades corporais e da música. "Na música a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica dá saúde ao corpo" Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio entre corpo e espírito ou mente.
A Renascença - Nesse período explodiu novamente a cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura. A beleza do corpo, pecaminosa na Idade Média, é novamente explorada surgindo grandes artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519 e grandes obras como a escultura de Davi, esculpida por Michelângelo Buonarroti (1475 - 1564).
A volta de Educação Física escolar se deve também nesse período a Vitorio de Feltre (1378-1466) que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa" onde o conteúdo programático incluía os exercícios físicos.
Iluminismo - Movimento contra o abuso do poder no campo social surgido na Inglaterra no século XVII deu origem a novas idéias. Como destaque dessa época os alfarrábios apontam: Jean-Jaques Rousseau (1712-1778) e Johann Pestalozzi (1746-1827). Rousseau propôs a Educação Física como necessária à educação infantil. Segunde ele, pensar dependia extrair energia do corpo em movimento. Pestalozzi foi precursor da escola primária popular e sua atenção estava focada na execução correta dos exercícios.

Bom, esse assunto é interessante e a história não termina aí. Na próxima semana a gente continua. Combinado?

sábado, 26 de março de 2011

As lutas na Educação Física escolar.

              A prática das lutas, mais um meio de atingir os objetivos gerais da educação física.



Capoeira


 De um começo discriminado pelo uso de preconceitos a chegar aos dias atuais com elevado prestígio em todas as camadas da sociedade, fora necessário grande dose de organização e trabalho árduo e sem máculas. Os benefícios são inúmeros e alguns são necessários para ilustrar este texto:
- universalização da cultura Afro-brasileira: em todos os bairros hoje tem crianças brincando, além de futebol e outras brincadeiras, também de Capoeira;
- melhoria de comportamento familiar e escolar: suspensão de treinos em caso de não preenchimento destes requisitos; e
- aumento da qualidade de vida: esporte gera saúde e economia com recuperação de doentes.

Karatê

 

Devido à atual escassez de ensino da prática do Karate nas aulas de Educação Física das escolas de Ensino Infantil e Fundamental, da cidade de Porto Alegre, tornou-se necessária a realização de trabalhos e pesquisas que busquem incentivar a introdução deste esporte no âmbito escolar. Inicialmente o interesse em investigar o tema partiu da experiência de mais de vinte anos de prática nesta modalidade, por parte do pesquisador. O presente estudo teve por objetivo incentivar a prática do karatê nas aulas de Educação Física Escolar, ressaltando sua importância não apenas como um conteúdo a mais no currículo da Educação Física, mas como uma ferramenta disciplinar que vise o desenvolvimento motor, social, cognitivo, ético, crítico e emocional das crianças e dos adolescentes deste meio.

O trabalho serve para que haja uma melhor compreensão e um aprimoramento do conhecimento em relação ao karatê e sua possibilidade de tornar-se uma atividade da escola regular. Procurou-se, através de uma revisão de literatura, abordar alguns aspectos relevantes sobre a pedagogia geral e a pedagogia do esporte, bem como sobre o karatê e seu significado, passando por sua história, sua prática e sua filosofia. Também se buscou identificar os benefícios, as limitações e os desafios relacionados ao karatê e sua prática como conteúdo da Educação Física Escolar.





                                                Jiu-Jitsu



O Jiu-Jitsu é um esporte intelectualizado, tendo em vista sua complexidade. Seus movimentos regulam o motor, atuando como efeito de psico motricidade, autoconfiança e total controle de si mesmo, condicionando reflexos, induzindo a decisões rápidas e seguras. É fácil verificar a utilidade do Jiu-Jitsu na educação, já que a criança e o jovem, vítimas maiores da insegurança e dos temores, bem depressa aprendem a ter confiança em si mesmos, passando a ter maior desenvolvimento nos estudos, nos esportes em geral e no relacionamento familiar. pois a confiança que adquirem com a prática do Jiu-Jitsu lhes permite até mesmo a eliminar a agressividade própria dos inseguros, e lhes dá desinibição indispensável ao relacionamento com seus semelhantes, pois os princípios de ordem moral e física que o praticante adquire, trazem-lhe subsídios valiosos na formação de seu caráter e de sua personalidade.




                                                  Judô 


Em nosso entendimento o Judô é um interventor eficaz que enriquecerá os estímulos de alunos de 04 a 14 anos como: respeito, limites, cidadania, regras, consciência em saber os momentos de decidir que são requisitos indispensáveis e básicos para o futuro de um mundo de relações e de paz.

Queiroz et al (2006, p. 5) referem-se que "o mestre Jigoro Kano instituiu dois fundamentos básicos ao Judô, os quais dão bases para suas estruturas técnicas e filosóficas". Estes fundamentos foram se expandindo por todo o mundo e através de uma contínua construção foram se fortalecendo e dando sustentação à luta até os dias atuais. (PERUCA, 1996, p. 65-66 apud QUEIROZ et all, 2006, p 6.).
Há longo tempo estamos relacionados à prática de Judô participando como atleta competidor e senhor de títulos conquistados, atuando como árbitro de torneios em competições infantis, juvenis e adultos este período de dedicação foram proveitosos para aquisição de conhecimentos.


                                                     Kung Fu 


 

 O Kung-Fu é originário da China e nasceu da necessidade de sobrevivência dos antepassados na luta contra animais ferozes e contra inimigos.

Conta a lenda que certa vez, um monge chinês -Ta Mo - subiu numa montanha e se pôs a contemplar o movimento dos animais, as posições que tomavam para a luta e a maneira como se defendiam dos ataques. Observando tais movimentos, desenvolveu um trabalho de adaptação desses animais para o homem, estruturando-os de acordo com as possibilidades físicas do homem. Assim nasceu o Kung-Fu, como chamam os ocidentais esta luta chinesa.


Esta arte marcial milenar vem orientando as pessoas, bem como ajudando os jovens a se direcionarem em disciplina, respeito com os colegas.

sexta-feira, 25 de março de 2011






Atividade Física e Saúde.




    Uma tendência dominante no campo da Educação Física estabelece uma relação entre a prática da atividade física e a conduta saudável. A fisiologia do exercício nos mostra inúmeros estudos sustentando esta tese.
    Nesta linha, Matsudo & Matsudo (2000) afirmam que os principais benefícios à saúde advindos da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos apontados pelos autores são o aumento do volume sistólico; o aumento da potência aeróbica; o aumento da ventilação pulmonar; a melhora do perfil lipídico; a diminuição da pressão arterial; a melhora da sensibilidade à insulina e a diminuição da freqüência cardíaca em repouso e no trabalho submáximo. Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre, segundo os autores, a diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular, da densidade óssea e da flexibilidade.
    E, na dimensão psicológica, afirmam que a atividade física atua na melhoria da auto-estima, do auto conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade e na diminuição do consumo de medicamentos. Guedes & Guedes (1995), por sua vez, afirmam que a prática de exercícios físicos habituais, além de promover a saúde, influencia na reabilitação de determinadas patologias associadas ao aumento dos índices de morbidade e da mortalidade. Defendem a inter-relação entre a atividade física, aptidão física e saúde, as quais se influenciam reciprocamente. Segundo eles, a prática da atividade física influencia e é influenciada pelos índices de aptidão física, as quais determinam e são determinados pelo estado de saúde.
    Para a melhor compreensão deste modelo definem as variáveis que o compõem:
  • Atividade Física é definida, segundo Caspersen (1985) como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso.
  • Saúde, de acordo com Bouchard (1990), é definida como uma condição humana com dimensões física, social e psicológica, cada uma caracterizada por um continuum com pólos positivos e negativos. A saúde positiva estaria associada à capacidade de apreciar a vida e resistir aos desafios do cotidiano e a saúde negativa associaria-se à morbidade e, no extremo, à mortalidade.
  • Para a Aptidão física, adotam a definição de Bouchard et al.(1990): um estado dinâmico de energia e vitalidade que permita a cada um, funcionando no pico de sua capacidade intelectual, realizar as tarefas do cotidiano, ocupar ativamente as horas de lazer, enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, sentir uma alegria de viver e evitar o aparecimento das disfunções hipocinéticas.
    Nesta definição distinguem a aptidão física relacionada à saúde da aptidão física relacionada à capacidade esportiva. A primeira reúne os aspectos bio-fisiológicos responsáveis pela promoção da saúde; a segunda refere-se aos aspectos promotores do rendimento esportivo.
    O modelo em questão vem orientando grande parte dos estudos cujo enfoque é a relação entre a atividade física e saúde na perspectiva da aptidão física e saúde (Barbanti,1991; Böhme,1994; Nahas et al.,1995; Freitas Júnior,1995; Petroski,1997; Lopes, 1997; Ribeiro,1998; Fechio,1998; Glaner,1998; Zago et al.,2000).
    Para Marques (1999), esta perspectiva contemporânea de relacionar aptidão física à saúde representa um estado multifacetado de bem-estar resultante da participação na atividade física. Supera a tradicional perspectiva do “fitness”, preconizada nos anos 70 e 80 - centrada no desenvolvimento da capacidade cardiorrespiratória - e procura inter-relacionar as variáveis associadas à promoção da saúde. Remete, pois, segundo Neto (1999) a um novo conceito de exercício saudável, no qual os benefícios ao organismo derivariam do aumento do metabolismo (da maior produção de energia diariamente) promovido pela prática de atividades moderadas e agradáveis.
    Conforme Neto (1999), o aumento em 15 % da produção diária de calorias - cerca de 30 minutos de atividades físicas moderadas - pode fazer com que indivíduos sedentários passem a fazer parte do grupo de pessoas consideradas ativas, diminuindo, assim, suas chances de desenvolverem moléstias associadas à vida pouco ativa.
    Entidades ligadas à Educação Física e às Ciências do Esporte como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física (ICSSPE), o Centro de Controle e Prevenção de Doença - USA (CDC), o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), a Federação Internacional de Medicina Esportiva (FIMS), a Associação Americana de Cardiologia e o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) preconizam que sessões de trinta minutos de atividades físicas por dia, na maior parte dos dias da semana, desenvolvidas continuamente ou mesmo em períodos cumulativos de 10 a 15 minutos, em intensidade moderada, já são suficientes para a promoção da saúde (Matsudo,1999). Nesta mesma direção, encontram-se numerosos trabalhos de abordagem epidemiológica assegurando que o baixo nível de atividade física intervém decisivamente nos processos de desenvolvimento de doenças degenerativas (Powell et al., 1985).
    Dentre os estudos mais expressivos envolvendo esta linha de pesquisa, tem-se o estudo de Paffenbarger (1993). Analisando ex-alunos da Universidade de Harvard, o autor observou que a prática de atividade física está relacionada a menores índices de mortalidade. Comparando indivíduos ativos e moderadamente ativos com indivíduos menos ativos, verificou que a expectativa de vida é maior para aqueles cujo nível de atividade física é mais elevado. Com relação ao risco de morte por doenças cardiovasculares, respiratórias e por câncer, o estudo sugere uma relação inversa deste com o nível de atividade física .
    Estudos experimentais sugerem que a prática de atividades de intensidade moderada atua na redução de taxas de mortalidade e de risco de desenvolvimento de doenças degenerativas como as enfermidades cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, enfermidades respiratórias, dentre outras. São relatados, ainda, efeitos positivos da atividade física no processo de envelhecimento, no aumento da longevidade, no controle da obesidade e em alguns tipos de câncer (Powell et al.,1985; Gonsalves,1996; Matsudo & Matsudo,2000).
    Destas constatações infere-se que a realização sistemática de atividades corporais é fator determinante na promoção da saúde e da qualidade de vida.

quinta-feira, 24 de março de 2011

História da Educação Física

Tudo começou quando o homem primitivo sentiu a necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o homem à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé: corre, salta, arremessa, trepa, empurra, puxa e etc.

 
  CHINA - Como Educação Física as origens mais remotas da história falam de 3000 A. C. lá na China. Um certo imperador guerreiro, Hoang Ti, pensando no progresso do seu povo pregava os exercícios físicos com finalidades higiênicas e terapêuticas além do caráter guerreiro.
   ÍNDIA -
No começo do primeiro milênio, os exercícios físicos eram tidos como uma doutrina por causa das "leis de Manu", uma espécie de código civil, político, social e religioso. Eram indispensáveis às necessidades militares além do caráter fisiológico. Buda, atribuía aos exercícios o caminho da energia física, pureza dos sentimentos, bondade e conhecimento das ciências para a suprema felicidade do Nirvana, (no budismo, estado de ausência total de sofrimento).
O Yoga, tem suas origens na mesma época retratando os exercícios ginásticos no livro "Yajur Veda" que além de um aprofundamento da Medicina, ensinava manobras massoterápicas e técnicas de respirar.
   JAPÃO - A história do desenvolvimento das civilizações sempre esbarra na importância dada à Educação Física, quase sempre ligados aos fundamentos médicos-higiênicos, fisiológicos, morais, religiosos e guerreiros. A civilização japonesa também tem sua história ligada ao mar devido à posição geográfica além das práticas guerreiras feudais: os samurais.   EGITO - Dentre os costumes egípcios estavam os exercícios Gímmicos revelados nas pinturas das paredes das tumbas.
A ginástica egípcia já valorizava o que se conhece hoje como qualidades físicas tais como: equilíbrio, força, flexibilidade e resistência. Já usavam, embora rudimentares, materiais de apoio tais como tronco de árvores, pesos e lanças.

   GRÉCIA -
Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu a Educação Física foi a grega através da sua cultura. Nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles, e Hipócrates contribuíram e muito para a Educação Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma através das atividades corporais e da música. "Na música a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica dá saúde ao corpo" Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio entre corpo e espírito ou mente.
Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos halteres, atleta, ginástica, pentatlo entre outros, são uma herança grega. As atividades sociais e físicas eram uma prática até a velhice lotando os estádios destinados a isso.
   ROMA - A derrota militar da Grécia para Roma, não impediu a invasão cultural grega nos romanos que combatiam a nudez da ginástica. Sendo assim, a atividade física era destinada às práticas militares. A célebre frase "Mens Sana in Corpore Sano" de Juvenal vem desse período romano.
   IDADE MÉDIA -
A queda do império romano também foi muito negativo para a Educação Física, principalmente com a ascensão do cristianismo que perdurou por toda a Idade Média. O culto ao corpo era um verdadeiro pecado sendo também chamado por alguns autores, de "Idade das Trevas".

 
  A RENASCENÇA - Como o homem sempre teve interesse no seu próprio corpo, o período da Renascença fez explodir novamente a cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura. A beleza do corpo, antes pecaminosa, é novamente explorada surgindo grandes artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519), responsável pela criação utilizada até hoje das regras proporcionais do corpo humano.
Consta desse período o estudo da anatomia e a escultura de estátuas famosas como por exemplo a de Davi, esculpida por Michelângelo Buonarroti (1475 - 1564). Considerada tão perfeita que os músculos parecem ter movimentos. A dissecação de cadáveres humanos deu origem à Anatomia como a obra clássica "De Humani Corporis Fábrica" de Andrea Vesalius (1514-1564).
   A volta de Educação Física escolar se deve também nesse período a Vitorio de Feltre (1378-1466) que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa" onde o conteúdo programático incluía os exercícios físicos.

  
 ILUMINISMO - O movimento contra o abuso do poder no campo social chamado de iluminismo surgido na Inglaterra no século XVII deu origem a novas idéias. Como destaque dessa época os alfarrábios apontam: Jean-Jaques Rousseau (1712-1778) e Johann Pestalozzi (1746-1827). Rousseau propôs a Educação Física como necessária à educação infantil. Segundo ele, pensar dependia extrair energia do corpo em movimento.
Pestalozzi foi precursor da escola primária popular e sua atenção estava focada na execução correta dos exercícios.

  
 IDADE CONTEMPORÂNEA - A influência na nossa ginástica localizada começa a se desenvolver na Idade Contemporânea e quatro grandes escolas foram as responsáveis por isso: a alemã, a nórdica, a francesa, e a inglesa.
   A alemã, influenciada por Rousseau e Pestalozzi, teve como destaque Johann Cristoph Friederick Guts Muths (1759-1839) considerado pai da ginástica pedagógica moderna.
A derrota dos alemães para Napoleão deu origem a outra ginástica. A turnkunst, criada por Friederick Ludwig Jahn (1788-1825) cujo fundamento era a força. "Vive Quem é Forte", era seu lema e nada tinha a ver com a escola. Foi ele quem inventou a barra fixa, as barras paralelas e o cavalo, dando origem à Ginástica Olímpica.
   A escola voltou a ter seu defensor com Adolph Spiess (1810-1858) introduzindo definitivamente a Educação Física nas escolas alemãs, sendo inclusive um dos primeiros defensores da ginástica feminina.
A escola nórdica escreve a sua história através de Nachtegall (1777-1847) que fundou seu próprio instituto de ginástica (1799) e o Instituto Civil de Ginástica para formação de professores de Educação Física (1808).
   Por mais que um profissional de Educação Física seja desligado da história, pelo menos algum dia já ouviu falar em ginástica sueca, um grande trampolim para o que se conhece hoje. Per Henrik Ling (1766-1839) foi o responsável por isso levando para a Suécia as idéias de Guts Muths após contato com o instituto de Nachtegall. Ling dividiu sua ginástica em quatro partes: a pedagógica - voltada para a saúde evitando vícios posturais e doenças, a militar - incluindo o tiro e a esgrima, a médica - baseada na pedagógica evitando também as doenças e a estética - preocupada com a graça do corpo.
   Alguns fundamento ideológicos de Ling valem até hoje tais como o desenvolvimento harmônico e racional, a progressão pedagógica da ginástica e o estado de alegria que deve imperar uma aula. Claro, isso depende do austral e o carisma do profissional.
   Um do seguidores de Ling, o major Josef G. Thulin introduz novamente o ritmo musical à ginástica e cria os testes individuais e coletivos para verificação da performance.
A escola Francesa teve como elemento principal o espanhol naturalizado Francisco Amoros Y Ondeano (1770-1848).
   Inspirado em Rabelais, Guts, Jahn e pestalozzi, dividiu sua ginástica em: Civil e Industrial, Militar, Médica e Cênica. Outro nome francês importante foi G. Dêmey (1850-1917). Organizou congresso, cursos (inclusive o Superior de Educação Física), regiu o Manual do Exército e também era adepto à ginástica lenta, gradual, progressiva, pedagógica, interessante e motivadora.
   O método natural foi defendido por Georges Herbert (1875-1957): correr, nadar, trepar, saltar, empurrar, puxar e etc.
   A nossa Educação Física, a brasileira teve grande influência na Ginástica Calistenia criada em 1829 na França por Phoktion Heinrich Clias (1782-1854).
   A escola inglesa baseava-se nos jogos e nos esportes, tendo como principal defensor Thomas Arnold (1795-1842) embora não fosse o criador. Essa escola também ainda teve a influência de Clias no treinamento militar.

   
A CALISTENIA - É por assim dizer, o verdadeiro marco do desenvolvimento da ginástica moderna com fundamentos específicos e abrangentes destinada à população mais necessitada: os obesos, as crianças, os sedentários, os idosos e também às mulheres.
   Calistenia, segundo Marinho (1980) citado por Marcelo Costa, vem do grego Kallos (belo), Sthenos (força) e mais o sufixo "ia".
   Com origem na ginástica sueca apresenta um divisão de oito grupos de exercícios localizados associando música ao ritmo dos exercícios que são feitos à mão livre usando pequenos acessórios para fins corretivos, fisiológicos e pedagógicos.
   Os responsáveis pela fixação da Calistenia foram o Dr. Dio Lewis e a (A. C. M.) Associação Cristã de Moços com proposta inicial de melhorar a forma física dos americanos que mais precisavam. Por isso mesmo, deveria ser uma ginástica simples, fundamentada na ciência e cativante. Em função disso o Dr. Lewis era contra os métodos militares sob alegação que as mesmas desenvolviam somente a parte superior do corpo e os esportes atléticos não proporcionavam harmonia muscular. Em 1860 a Calistenia foi introduzida nas escolas americanas.
   No Brasil dos anos 60 começou a ser implantada nas poucas academias pelos professores da A. C. M. ganhando cada vez mais adeptos nos anos 70 sempre com inovações fundamentadas na ciência. Sendo assim o Dr. Willian Skarstrotron, americano de origem sueca, dividiu a Calistenia em 8 grupos diferentes do original: braços e pernas, região póstero superior do tronco, póstero inferior do tronco, laterais do tronco, equilíbrio, abdômen, ombros e escápulas, os saltitos e as corridas.
   Nos anos 80 a ginástica aeróbica invadiu as academias do Rio de Janeiro e São Paulo abafando um pouco a calistenia. Como na Educação Física sempre há evolução também em função dos erros e acertos.    Surge então, ainda no final dos anos 80 a ginástica localizada desenvolvida com fundamentos teóricos dos métodos da musculação e o que ficou de bom da Calistenia. A ginástica aeróbica de alto impacto causou muitos microtraumatismos por causa dos saltitos em ritmos musicais quase alucinantes. A musculação surgiu com uma roupagem nova ainda nos anos 70 para apagar o preconceito que algumas pessoas tinham com relação ao Halterofilismo.
   Hoje, sob pretexto da criatividade, a ginástica localizada passa por uma fase ruim com alguns professores ministrando aleatoriamente, aulas sem fundamentos específicos com repetições exageradas, fato que a ciência já reprovou, principalmente se o público alvo for o cidadão comum.
    A EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
Os índios - No Brasil colônia - Os primeiros habitantes, os índios, deram pouca contribuição a não ser os movimentos rústicos naturais tais como nadar, correr atraz da caça, lançar, e o arco e flecha. Na suas tradições incluem-se as danças, cada uma com significado diferente: homenageando o sol, a lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de troncos entre outras que não foram absorvidas pelos colonizadores. Sabe-se que os índios não eram muito fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo.
   Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o Brasil para o trabalho escravo e as fugas para os Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra os capitães-do-mato, homens a mando dos senhores de engenho que entravam mato a dentro para recapturar os escravos. Com o instinto natural, os negros descobriram ser o próprio corpo uma arma poderosa e o elemento surpresa. A inspiração veio da observação da briga dos animais e das raízes culturais africanas. O nome capoeira veio do mato onde entrincheiravam-se para treinar.
"Um estranho jogo de corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como se fossem verdadeiros animais indomáveis". São algumas das citações de capitães-do-mato e comandantes de expedições descritas nos poucos alfarrábios que restaram. Rui Barbosa mandou queimar tudo relacionado à escravidão.
   Brasil Império - Em 1851 a lei de n.º 630 inclui a ginástica nos currículos escolares. Embora Rui Barbosa não quisesse que o povo soubesse da história dos negros, preconizava a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas primárias de secundárias praticada 4 vezes por semana durante 30 minutos.
   Brasil República - Essa foi uma época onde começou a profissionalização da Educação Física.
As políticas públicas - Até os anos 60 o processo ficou limitado ao desenvolvimento das estruturas organizacionais e administrativas específicas tais como: Divisão de Educação Física e o Conselho Nacional de Desportos.
   Os anos 70, marcado pela ditadura militar, a Educação Física era usada, não para fins educativos, mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis de ensino voltada para os esportes de alto rendimento.
   Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à procura de propósitos voltados à sociedade.    No esporte de alto rendimento a mudança nas estruturas de poder e os incentivos fiscais deram origem aos patrocínios e empresas podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma boa geração de campeões das equipes Atlântica Boa Vista, Bradesco, Pirelli entre outras.
   Nos anos 90 o esporte passa a ser visto como meio de promoção à saúde acessível a todos manifestada de três formas: esporte educação, esporte participação e esporte performance.
    A Educação Física finalmente regulamentada é de fato e de direito uma profissão a qual compete mediar e conduzir todo o processo.